Para leitura, reflexão, estudos e para acertar a questão 7 da prova!!!!
O caso dos Kaiowás na atualidade:
Os Kaiowás
habitavam uma região de difícil acesso na serra de Amabai, atual fronteira
entre Mato Grosso do Sul e Paraguai e, por isso, permaneceram praticamente
isolados até meados do século XIX. Após a guerra do Paraguai, que teve como
parte do cenário de batalha o território Kaiowá, estes passaram a ter cada vez
mais contato com os não indígenas. O cultivo e extração da erva-mate, explorada
em grande intensidade na região a partir da década de 1880, passou a incorporar
significativo número de Kaiowá e Guarani como mão-de-obra.
Em 1882, o Governo Federal arrendou a região para a Cia Matte Larangeiras, que iniciou a exploração da erva-mate em todo o território Kaiowá/Guarani. Ainda em pleno domínio desta Companhia, o SPI demarcou, em 1915, a primeira Reserva com 3.600 ha para usufruto dos Kaiowá.
Com o
desmatamento da região e a implantação das fazendas de gado e das Colônias
agrícolas, em especial a CAND - Colônia Agrícola Nacional de Dourados, a partir
da década de 40, dezenas de aldeias Kaiowá/Guarani tiveram que ser abandonadas
pelos índios, sendo suas terras incorporadas pela colonização. A população
dessas aldeias foi aleatoriamente "descarregada" nas Reservas.
Assim,
desde meados da década de 1920 se processa uma contínua desapropriação de
terras guarani. Nas décadas seguintes e até poucos anos atrás a existência dos
Guarani se materializa com a derrubada de matas para implantação de empresas
agropecuárias.
Assim,
de 1977 para cá constata-se uma disposição pertinaz dos Paï-kaiowa e Ñandeva do
MS em garantir suas terras, não só relutando em sair dos lugares tradicionais
onde estão, como mobilizando-se, a partir de onde estão, para recuperar terras
compulsoriamente abandonadas no passado. Nem todas as áreas ocupadas estão em
sua totalidade nem todas estão definitivamente legalizadas; há muitas
pendências judiciais, algumas que se desenrolam há anos. Até 2003, 16 tekoha
foram recuperados, totalizando 24 áreas ocupadas por Guarani, superando os oito
Postos Indígenas que até então existiam.
Trata-se de um processo de luta renhida, que tem exigido inúmeras
e rebuscadas articulações entre comunidades, gestões e pressões junto ao
governo federal, expulsões e retomadas de terras, inúmeros processos judiciais
e muita perseverança, paciência, habilidade política e diplomacia por parte dos
indígenas que têm, contudo, avançado consideravelmente em suas formas de
organizar-se para garantir terras a que têm direito. Com a abertura destas
novas áreas, observa-se impactos positivos, com a diminuição no número de famílias
em alguns Postos Indígenas antes densamente povoadas.
Leia abaixo uma carta da tribo Guarani-Kaiowá do Mato Grosso do Sul ameaçando de suicídio coletivo, caso o Governo Federal não atenda os seus apelos:
Carta da comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay-Iguatemi-MS para o Governo e Justiça do Brasil ( atualíssima!)
Carta da comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay-Iguatemi-MS para o Governo e Justiça do Brasil ( atualíssima!)
Nós (50 homens, 50 mulheres e 70 crianças)
comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito kue/Mbrakay, viemos
através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva
diante de da ordem de despacho expressado pela Justiça Federal de Navirai-MS,
conforme o processo nº 0000032-87.2012.4.03.6006, do dia 29 de setembro de
2012. Recebemos a informação de que nossa comunidade logo será atacada,
violentada e expulsa da margem do rio pela própria Justiça Federal, de
Navirai-MS.
Assim, fica evidente para nós, que a própria
ação da Justiça Federal gera e aumenta as violências contra as nossas vidas,
ignorando os nossos direitos de sobreviver à margem do rio
Hovy e próximo de nosso território tradicional Pyelito Kue/Mbarakay.
Entendemos claramente que esta decisão da Justiça Federal de Navirai-MS é parte
da ação de genocídio e extermínio histórico ao povo indígena, nativo e
autóctone do Mato Grosso do Sul, isto é, a própria ação da Justiça Federal está
violentando e exterminado e as nossas vidas. Queremos deixar evidente ao
Governo e Justiça Federal que por fim, já perdemos a esperança de sobreviver
dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na
Justiça brasileira. A quem vamos denunciar as violências praticadas contra
nossas vidas? Para qual Justiça do Brasil? Se a própria Justiça Federal está
gerando e alimentando violências contra nós. Nós já avaliamos a
nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo,
não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem
do rio quanto longe daqui. Estamos aqui acampados a 50 metros do rio Hovy onde
já ocorreram quatro mortes, sendo duas por meio de suicídio e duas em
decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas .
Pedimos, de uma vez por todas, para decretar
a nossa dizimação e extinção total, além de enviar vários tratores para cavar
um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é
nosso pedido aos juízes federais. Já aguardamos esta decisão da Justiça
Federal. Decretem a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito
Kue/Mbarakay e enterrem-nos aqui. Visto que decidimos integralmente a não
sairmos daqui com vida e nem mortos.
Então
pessoal, a verdade é que:
O
Brasil ao invés de preservar e prestigiar suas origens, quer dizimá-la!
Pense
nisso para a prova... e para ter consciência sobre a sua, a nossa ...origem!
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